Qual a forma sob a qual devemos nos organizar?
sexta-feira, 2 de janeiro de 2009
"A questão do Caminho como lugar é simples: Por que a gente apenas não se reúne com alegria singela, não experimenta o amor que liberta, não goza o privilégio da simplicidade, não se alimenta da Palavra, e não volta à vida cheio das Boas Novas para contar ao mundo?
“O vento sopra onde quer, não sabes de onde vem, nem para onde vai. Assim, é todo o que é nascido do Espírito”
Essas palavras de Jesus parecem nos apavorar! E por quê? Porque ninguém quer ficar sem saber para onde vai… e ninguém quer confiar a vida a Deus, de fato. Por que você acha que videntes, profetizas futuristas, bruxos, astrólogos, e agoureiros têm tanto poder? Ora, é porque todo mundo quer saber o futuro! O justo, porém, viverá, a cada dia, apenas pela Fé! Mas não! A gente quer um mapa, um sistema, uma estratégia, um planejamento de curto, médio e longo prazos. A gente quer saber como acontecerá: Qual a estrutura que nos governará? Quais os sistemas que nos conduzirão? E quais os objetivos concretos a serem declarados?
A única coisa que interessa é a Quem estou seguindo!
Uma mente religiosamente estruturada acaba por tentar ’sistematizar” o Vento, o Espírito, e a Vida. O interessante é que Jesus é o Caminho, e seguí-lo é a própria certeza de para onde se está indo.
O que creio é que tudo o que diz respeito ao Evangelho que já surge com a pretensão de ser uma organização, já nasce moribundo. A vitalidade do Evangelho está em se deixar conduzir pelo Espírito, conforme a verdade da vida e a vida na verdade.
Portanto, para mim, o melhor governo é o menor possível; o melhor modo, é o mais simples; a melhor forma, é aquela que serve a vida; e melhor meio é aquele que vai sendo, com a leveza do vento.
Para andar no Caminho tem-se que desistir do modelo industrial, ou da montagem em série ... que só servem para agarrar-se às paredes do visível, para aplicar fórmulas de sucesso ministerial conforme o Mundo, para instituir hierarquias engessadas e para nos proteger uns dos outros.
E não haverá formas e governos eclesiais entre nós?
Ora, ninguém que vive no tempo e no espaço pode crer que as formas sejam evitáveis. Nossa dimensão demanda alguma forma: tempo e espaço produzem formas. Porém, quem deu forma aos mares, às montanhas, aos rios, às florestas, aos desertos, aos vales, e à vida?
Por que não se pode confiar que Quem fez isto em rocha, pedra, areia, poeira, vegetação, e todas as demais coisas, também pode dar forma ao que é também Sua criação no coração humano, conforme cada geração?
No que depender de mim o Caminho da Graça continuará a caminhar conforme a água. Alguém já viu a água ter algum problema com a forma? Não! A água se serve de todas as formas. As formas servem à água, não a água às formas!
Nossa segurança não está nas formas, mas na essência do Evangelho. Onde quer que esse espírito do Evangelho tenha prevalência, todas as boas formas lhe prestarão serviço; mas jamais se tornarão um fim em si mesmo.
Por outro lado, quem precisa de uma forma apenas para garantir que ali as coisas sejam sérias? Será que o que é verdadeiro se faz verdadeiro pela forma? Quem escolhe se fica ou não com o filho pela cara? Ou não será que ficamos com o filho pela vida?"
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